quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Organizações querem que população decida sobre privatização do Maracanã em plebiscito

Organizações populares estão pressionando as autoridades do estado do Rio de Janeiro (Sudeste do Brasil) para que a concessão do estádio Jornalista Mário Filho, mais conhecido como Maracanã, à iniciativa privada, seja decidida pela população carioca durante um plebiscito. 33 deputados e deputadas já acolheram a ideia.
 
 
O pedido de realização do plebiscito foi encaminhado ontem (13) à mesa diretora da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Em nota pública divulgada hoje (14), o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro afirma que a adesão dos/as deputados/as é resultado da mobilização popular realizada no último dia 8, quando o governo tentou realizar uma "falsa audiência pública”, na qual não se pretendia colocar em pauta a privatização do estádio.
 
 
Foi durante a tentativa de realização desta audiência, que cerca de 500 pessoas, entre integrantes do Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro, do movimento ‘O Maraca é Nosso’, da Frente Nacional de Torcedores, entre outros, decidiram pelo plebiscito popular como a melhor forma de deliberar sobre o futuro da administração do estádio.
 
 
O evento realizado na última quinta-feira não é reconhecido pelo Comitê como uma audiência pública e por isso os/as ativistas apoiam o plebiscito como modo de abrir verdadeiramente o debate sobre o uso e gestão do estádio e das instalações em seu entorno.
 
 
A nota pública do Comitê também deixa claro que organizações, torcedores, professores, pais e alunos, indígenas, usuários do Complexo do Maracanã e demais cidadãos do Rio de Janeiro vão estar atentos às decisões dos parlamentares que prestaram apoio, cobrando celeridade e compromisso com o caso.
 
 
Em sua manifestação pública, o Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas também lembrou a situação do prédio onde funcionou, de 1910 até 1978, o Museu do Índio. A desembargadora Maria Helena Cisne, presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) cassou as duas liminares que impediam a derrubada do prédio histórico e o despejo dos indígenas que ocupam o espaço da Aldeia Maracanã.
 
 
As liminares haviam sido concedidas pela primeira instância da Justiça Federal a pedido da Defensoria Pública da União (DPU). Duas ações civis públicas haviam sido ajuizadas e impediam a derrubada do prédio e a despejo de cerca de 20 indígenas de diversas etnias, que moram no terreno onde se localizava o antigo museu.
 
 
O Comitê teme que o governo do Rio de janeiro haja de forma precipitada e arbitrária aproveitando a decisão da desembargadora e ignorando a necessidade de debate. Por isso, na nota pública, chama atenção e faz um pedido.
 
 
"Alertamos a todos sobre a iminência de uma ação de despejo e demolição no local e convocamos todos os militantes a se solidarizarem à luta dos indígenas participando da vigília que acontece no local e circulando esta informação ao maior número de pessoas”, pedem.
 
Para mais informações, acesse: http://comitepopulario.wordpress.com/
 
Fonte: Adital

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