terça-feira, 4 de setembro de 2012

Cooperativas agrícolas, a chave para reduzir a fome e a pobreza

 
Cooperativas: oportunidade para o pequeno agricultor.
A ação das cooperativas agrícolas são um importante mecanismo de garantia da segurança alimentar e redução da pobreza. Elas beneficiam diretamente o pequeno agricultor ao aumentar seu poder de negociação e a capacidade de compartilhar recursos, informam a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (WFP). As três agências lançaram no dia 31 de outubro o Ano Internacional das Cooperativas 2012 (IYC, na sigla em inglês), em Nova York.
 
As agências ressaltaram que não se deve subestimar a importância das cooperativas para vida dos agricultores e suas famílias. Fortalecidos dentro um grupo maior, os agricultores têm condições de negociar contratos melhores e preços mais justos para insumos como sementes, fertilizantes e equipamentos. Além disso, as cooperativas oferecem condições que os agricultores dificilmente aproveitariam individualmente, como a garantia do direito à terra e melhores ofertas de mercado.
 
Desde associações de pequeno porte até em contratos milionários em escala global, as cooperativas operam em todos os setores da economia, contam com mais de 800 milhões de associados e garantem 100 milhões de empregos no mundo - 20% a mais do que as empresas multinacionais. Em 2008, as 300 maiores cooperativas do mundo movimentaram cerca de U$ 1,1 trilhão, cifra comparável ao PIB (Pruto Interno Bruto) de muitas economias de grande porte.

Cooperativas: pilar do desenvolvimento agrícola e da segurança alimentar
O setor agrícola, que inclui também silvicultura, pesca e pecuária, é a principal fonte de renda e emprego nas áreas rurais, onde a maior parte da população pobre e faminta vive. Ao gerar emprego no campo, as cooperativas desempenham um papel importante no apoio aos pequenos produtores - homens e mulheres - e grupos marginalizados.
 
As cooperativas oferecem oportunidades de mercado ao pequeno produtor, formação na gestão de recursos naturais, acesso à informação, tecnologia, inovação e serviços de extensão agrária. Em muitos países, a FAO oferece sementes de qualidade e fertilizantes aos produtores e cooperativas agrícolas e trabalha em conjunto na aplicação de práticas agrícolas mais sustentáveis e produtivas.
 
O FIDA trabalha com as cooperativas agrícolas locais no Nepal, em centros de desenvolvimento de cabras, que ajudam os agricultores a criar mercados para o abastecimento e criação de alta qualidade. Por meio da iniciativa Compras para Progresso (P4P, em inglês), o Programa Mundial de Alimentos e seus parceiros trabalham com organizações de pequenos agricultores em 21 países para ajudá-los a produzir excedentes, aumentar o acesso ao mercado e melhorar a renda.
 
Assim, o pequeno agricultor pode garantir a própria subsistência e a segurança alimentar das comunidades, além de aumentar sua participação na economia e ajudar a cobrir a demanda crescente por alimentos nos mercados locais, nacionais e internacionais.
 
No Brasil, as cooperativas foram responsáveis por 37,2% do PIB agrícola e de 5,4% do PIB nacional em 2009, garantindo cerca de U$ 3,6 bilhões em exportações. Em Maurício, as cooperativas representam mais de 60% da produção nacional no setor alimentar. No Quênia, as cooperativas de poupança e crédito têm ativos de U$ 2,7 bilhões, cerca de 31% da poupança bruta nacional.

Apoio às cooperativas agrícolas: o IYC e o futuro
As três agências da ONU irão promover o crescimento das cooperativas agrícolas:
  • Apoiando iniciativas para entender melhor o funcionamento das cooperativas e avaliar seu impacto no desenvolvimento econômico e na vida do pequeno agricultor. Um exemplo é a base de dados da FAO de boas práticas em inovações institucionais;
  • Apoiando as cooperativas na formação de redes que permitam aos agricultores reunir ativos e competências para superar barreiras de mercado e outras limitações como a falta de acesso aos recursos naturais;
  • Auxiliando governos na implementação de políticas, leis e projetos que levem em consideração as necessidades de homens e mulheres no campo e criem um ambiente adequado para o crescimento das cooperativas agrícolas;
  • Fortalecer o diálogo e a cooperação entre governos, cooperativas agrícolas, comunidade internacional de pesquisadores e representantes da sociedade civil para avaliar as melhores condições de desenvolvimento das cooperativas no mundo.
Durante 2012 e nos anos subsequentes, as agências estarão comprometidas no apoio às cooperativas, consideradas um modelo de negócio viável e adaptável às necessidades das comunidades rurais dos países em desenvolvimento.
 
Fonte: FAO

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