A Comissão Nacional da Verdade começa a engrenar seus trabalhos dividida em três frentes de ação: uma subcomissão de pesquisa, geração e sistematização de documentos; uma subcomissão de relações com a sociedade civil; e uma subcomissão de comunicação. O trabalho de intelectuais auxiliará os estudos de sete subgrupos relacionados à pesquisa de documentos sobre temas como guerrilha do Araguaia, Operação Condor, torturas, desaparecidos e mortes no campo, entre outros.
A Comissão da Verdade é formada por sete membros Gilson Dipp (ministro do STJ), Rosa Cardoso (advogada), Maria Rita Kehl (psicanalista), José Carlos Dias (ex-ministro da Justiça), Paulo Sérgio Pinheiro (diplomata), José Paulo Cavalcanti (advogado) e Cláudio Fonteles (ex-procurador-geral da República) e tem o prazo de dois anos para entregar um relatório sobre as violações aos direitos humanos ocorridos no país entre 1946 e 1988. Apesar da amplitude do tema, os trabalhos estão concentrados nos crimes cometidos pelo estado brasileiro durante a ditadura civil militar de 1964 até 1985.
Rosa Cardoso vê como uma das ênfases da comissão neste momento os trabalhos da subcomissão de relações com a sociedade, posto que um componente importante para o sucesso da empreitada é não se ater apenas a formatos e prazos oficiais, mas também fomentar o debate e a atuação da população e das instituições do país durante todo o processo, permanentemente incrementando um confiável relato histórico a ser acionado a qualquer momento.
“Que a gente consiga, depois de alguns meses, ampliar essa luta, e que a sociedade comece a ver, comece a prestar mais atenção no nosso trabalho, porque ele ainda é muito desconhecido. Por isso que a mobilização é muito importante. Para ampliar, ampliar e ampliar o nosso trabalho”, completou, reforçando a necessidade da parceria com diferentes setores da sociedade civil.
Fonte: Carta Maior
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